O Papel do Design Thinking na Organização e Mapeamento de Ideias para Tomada de Decisão

Reflexão sobre como o Design Thinking pode ajudar no delineamento de tomadas de decisão.

Francisco Rehder

2/20/20244 min ler

woman placing sticky notes on wall
woman placing sticky notes on wall

Em 2016, através de dois amigos que estavam começando uma agência de Design de Serviços (Fabrício Gimenez e Fernando Vidal na WHF) tive contato pela primeira vez com o modelo de Design Thinking e fiquei absolutamente encantado sobre como esse método apresentava uma abordagem poderosa para resolver problemas complexos e impulsionar a inovação em diversas áreas, desde negócios até design de produtos e serviços.

Com o passar dos anos e depois de várias sessões e vários projetos utilizando essa metodologia, percebo que uma das suas aplicações mais impactantes é na tomada de decisão, onde a metodologia oferece ferramentas e métodos para mapear e organizar ideias, possibilitando uma análise mais profunda e eficaz das opções disponíveis.

Neste texto, gostaria de explorar como o Design Thinking pode ser utilizado para facilitar esse processo e promover decisões mais informadas e eficientes e trazer insights para que você comece a aplicar esse método no seu dia a dia.

Entendendo o Design Thinking

O Design Thinking é uma abordagem centrada no ser humano, que busca compreender profundamente as necessidades, desafios e contextos das pessoas para as quais se destina a solução. Ele valoriza a colaboração multidisciplinar, a experimentação e a iteração constante, focando na criação de soluções inovadoras e orientadas para o usuário. O processo do Design Thinking geralmente é dividido em etapas, como empatia, definição, ideação, prototipagem e teste, que são iterativas e podem se sobrepor. Me lembro sempre aqui de um autor que diz “se você entende de gente, você entende de negócios”.

Mapeamento de Ideias no Design Thinking

Uma das etapas fundamentais do Design Thinking é a ideação, onde são geradas diversas alternativas para resolver um problema específico. Durante esse processo, é comum lidar com um grande volume de ideias, que podem ser variadas em termos de viabilidade, impacto e complexidade. O mapeamento de ideias surge como uma ferramenta essencial para organizar e visualizar esse conjunto de informações, tornando mais fácil a análise e seleção das melhores opções.

Existem diversas técnicas e ferramentas que podem ser utilizadas para mapear ideias no contexto do Design Thinking. Alguns exemplos incluem:

1. Mapas Mentais: Uma representação visual das conexões entre ideias, permitindo organizar conceitos de forma hierárquica e explorar diferentes caminhos de pensamento.

2. Matriz CSD: Uma matriz que classifica as ideias com base em critérios como custo, simplicidade e impacto, facilitando a comparação e priorização das opções.

3. Brainstorming Estruturado: Uma técnica que combina o pensamento livre com direcionamento específico, permitindo gerar ideias de forma colaborativa e organizada.

4. Storyboards: Uma narrativa visual que descreve uma ideia ou conceito de forma sequencial, ajudando a visualizar como a solução se desdobraria na prática.

Minha experiência mostra que independente do formato, o mais importante é você conseguir criar nesse momento uma estrutura clara de visão sobre o problema e consolidar em uma sentença o problema que busca uma resposta, uma solução. Reforço aqui a importância de escrever isso, pois essa sentença será útil durante toda a jornada.

Benefícios do Mapeamento de Ideias

O mapeamento de ideias oferece uma série de benefícios para o processo de tomada de decisão, incluindo:

- Clareza e Organização: Ao visualizar as ideias de forma estruturada, torna-se mais fácil compreender as opções disponíveis e identificar relações entre elas.

- Facilitação da Análise: Ao agrupar e categorizar as ideias, é possível realizar uma análise mais sistemática e criteriosa, considerando diferentes perspectivas e critérios de avaliação.

- Priorização Eficiente: Ao classificar as ideias com base em critérios específicos, é possível identificar aquelas com maior potencial de sucesso e priorizá-las para implementação.

- Estímulo à Criatividade: O processo de mapeamento de ideias pode estimular a geração de novos insights e conceitos, favorecendo a inovação e a resolução de problemas de forma criativa. Nesse ponto é incrível o que uma equipe multidisciplinar pode fazer.

Há vários frameworks de trabalho que podem ser aplicados para fazer a modelagem da solução. Um em particular que sempre gosto de usar e que funciona para as pessoas entenderem o contexto da sessão é o modelo “How to make a toast” que você pode acessar link que deixei no modelo. Esse modelo certamente irá ajudar a criar o fluxo processual do problema.

Um segundo framework é o que aprendi chamar de “Como nós poderíamos”; esse framework é um aliado poderoso, pois quando olhamos o problema e passamos a pensar sobre como nós (juntos) poderíamos resolver a situação A ou B certamente nos colocamos mais próximos de tomar a melhor decisão.

Enfim, o Design Thinking oferece uma abordagem poderosa para organizar e mapear ideias durante o processo de tomada de decisão. Ao utilizar ferramentas e técnicas de mapeamento de ideias, é possível visualizar as opções disponíveis, analisar suas características e tomar decisões mais informadas e eficazes. Ao integrar o Design Thinking em práticas de gestão e resolução de problemas, as organizações podem promover a inovação e alcançar melhores resultados em seus projetos e iniciativas.

Dicas e Aprendizados:

Abaixo vou listar alguns aprendizados que acredito serem uteis:

  1. Escolha a equipe com critério e busque uma abordagem multidisciplinar para a sessão de Design Thinking. Considere envolver diferentes áreas entre Finanças, Marketing, Customer Experience, Vendas, RH. É incrível como esse mix traz resultado e ajuda a criar os “embaixadores”.


  1. Se for fazer presencial, elimine a distração (como celulares e computadores). Abuse das anotações seja em cartolinas ou quadros. Registre tudo.


  1. Se for online, separe u tempo para conhecer a ferramenta Miro. Você verá quão incrível pode ser os resultados dessa ferramenta na interação das equipes.


  1. Sem o envolvimento da liderança, nada sairá do papel. Evite manter o tomador de decisão no processo como um todo. Ele é importante no início (para dar o tom e necessidade) e será importante no final na validação da decisão. Deixar o tomador de decisão em tempo integral na sessão pode limitar as pessoas a contribuírem, ou então a dizerem apenas o que a liderança quer ouvir.


  1. Após a decisão tomada, estabeleça um indicador de curto prazo, atingir essa meta será importante para o engajamento da equipe. Se o processo ou projeto for complexo, estabeleça squads de até quatro pessoas e quebre as entregas. Esse método também ajudará quando cooperação entre áreas é necessário.